Description
Na teoria e prática militares do século XVI podemos observar a transposição de conceitos de harmonia e beleza oriundos do campo das artes e da arquitectura em particular. De facto, as formaturas militares de Quinhentos são construídas segundo princípios geométricos e aritméticos e em função de variáveis como a topografia do terreno, a natureza do inimigo ou segundo o maior ou menor pendor ofensivo ou defensivo das forças em jogo. Neste conjunto é dado ênfase à formatura dos soldados, em detrimento do papel individual do combatente. Em Portugal ao contrário da generalização corrente o desfasamento com a realidade militar da Europa não foi um dado absoluto. De facto, ao longo do século detecta-se a presença das práticas de guerra modernas, embora numa perspectiva descentralizada. As campanhas militares na Índia e no Norte de África revelam um conhecimento das inovações militares em curso na Europa Quinhentista. No reinado de D. Sebastião assistimos ao corolário de todo o esforço de implementação de uma nova forma de combater, consentânea com as reformas então em curso na Europa, mas com um modelo marcadamente português.
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